A Unemat tem em funcionamento, na Escola João Sato de Araputanga, o curso Bacharel em Zootecnia. A duração do curso é de quatro anos de acordo com o Edital 02/2013 de 08 de novembro daquele ano. As aulas tiveram início em fevereiro/14 somando 48 estudantes quando o curso começou. Veja aqui o edital que lançou o curso em Araputanga.
Os acadêmicos declaram que foi prometido sala de aula com estrutura adequada para aquisição do conhecimento, porém, três semestres depois, o grupo já perdeu 15 colegas que desistiu e, sobre os 33 estudantes que ainda insistem em prosseguir os estudos, paira certo desânimo pelo ambiente que julgam inadequado, pela falta de biblioteca, internet, ônibus para aula laboratorial, entre outras questões.
A ENTREVISTA
No dia 29 de junho/15, na sede da Escola João Sato, os acadêmicos receberam a Reportagem da Folha de Araputanga para revelar as reais condições em que estão estudando. (OUÇA ENTREVISTA AQUI).
PROBLEMAS
Por enquanto, os estudantes não vislumbram o cumprimento das promessas que lhes teriam sido feitas. Falando pela turma, dois estudantes foram ouvidos pela reportagem; eles declararam que o curso deveria permanecer poucos dias na Escola estadual, porém, depois de três semestres, os entrevistados revelaram que se sentem como bola de pingue-pongue, jogados de um canto para outro.
Jaqueline Campos Dias, líder dos estudantes declara que a turma está reivindicando o local prometido para funcionar o curso. Ela observa que o curso deveria funcionar entre vinte dias e dois meses na Escola João Sato e, já se passaram três semestres no mesmo local apontado pelos entrevistados como inadequado para produzir o conhecimento que buscam.
FALTA BIBLIOTECA
Outros problemas apontados são a falta de acesso à biblioteca e, internet para estudos. A possibilidade de interrupção das aulas às sextas-feiras é outra questão que preocupa a turma. Em sua fala, a estudante entrevistada observa que os estudos não estão tendo o necessário rendimento, realidade que deixa rastro de prejuízo na construção do necessário conhecimento dos acadêmicos.
AULAS
A estudante Jaqueline Dias revelou ainda que, no mês de junho/15, uma professora esteve de atestado médico e o curso ficou sem aulas porque não havia quem fizesse a substituição; em outra questão levantada pela líder dos estudantes em Zootecnia de Araputanga, veio à tona que já houve casos em que professores não quiseram vir ministrar as aulas, porque não estariam recebendo pagamento.
Na opinião do segundo estudante entrevistado, Osmarino Moreira, a Unemat tem conhecimento dos problemas enfrentados no transcorrer do Curso, através do Coordenador, professor Júnior e, também através daquele que seria o Coordenador local, ligado ao Executivo Municipal.
Moreira confirmou os problemas já apontados, como prazo para alocar o curso em ambiente próprio, mas, o acadêmico amplia o “leque de problemas” levantados ao revelar que a dotação financeira para o curso não estaria sendo utilizada. Perguntado, o acadêmico confirmou que, no conjunto os estudantes compreendem que estão sendo prejudicados e esperam que as pessoas envolvidas no projeto tomem as necessárias providências para disponibilizar a estrutura dotada no projeto do curso.
O “nível de stress” da turma para a falta de resolução dos velhos problemas que remontam aos primeiros dias do curso levou o estudante Osmarino, a declarar que o coordenador local, em Araputanga, tem conhecimento dos problemas estruturais e sem citar nome do coordenador declarou que ele fica só buscando justificativas.
PROBLEMAS PRESENTES, PROBLEMAS FUTUROS?
Se nos três semestres já decorridos os estudantes alegam que problemas estruturais atrapalham a regularidade do curso, a líder Jaqueline, está preocupada com o que pode acontecer no período de estágio que acontecerá no quinto semestre. Jaqueline declara que o grupo de estudantes vai procurar exercer seus direitos, se não houver uma posição clara quanto ao futuro do curso Bacharelado em Zootecnia, de Araputanga.
O QUE DIZ O COORDENADOR DO CURSO
A reportagem conversou com o Coordenador do Curso de Zootecnia, campus de Pontes e Lacerda. Muito solícito o Professor Júnior disse que “gerencia” a parte de docência e, negou que falte professor para o curso.
O coordenador explicou que o curso funciona no regime modular e que já aconteceu de falhar semana sem aulas, por ajustes na grade do curso entre Pontes e Lacerda e Araputanga, porém, os semestres são maiores para os necessários ajustes.
Se há dificuldades, o professor indicou contingenciamento de verbas para o custeio da Universidade, em cifras que somam R$50 milhões de reais, por parte do governo do estado em 2015 e, mesmo assim, os professores estão, todos, em salas de aula.
UNEMAT/PREFEITURA
O Coordenador disse que existe o contrato 002/2014 assinado entre Unemat e Prefeitura de Araputanga definindo orçamento previsto para ser aplicado em cinco anos. Ele admitiu que a Universidade está com dificuldades para cumprir o orçamento porque o Governo contingenciou verbas e como cada parte tem suas dificuldades, a Prefeitura está levando “certo tempo” para ser organizar, declarou o professor que sublinha um ponto fatídico: “Sem repasse de verba do Estado é impossível ao gestor ser responsabilizado, por não ter aulas”.
AULAS LABORATORIAIS
Quanto às aulas laboratoriais reclamadas pelos acadêmicos, o Coordenador observou que os estudantes serão levados para o laboratório de Pontes e Lacerda, onde farão as aulas práticas, no semestre adequado.
SOBRE A BIBLIOTECA
Outro ponto crucial que a reportagem questionou a coordenação, durante a entrevista, é a falta de biblioteca; a resposta do Professor Júnior identifica exatamente onde está o problema que tanto os estudantes reclamam, isto é, continua a faltar o espaço físico que cabe à Prefeitura contratar.
Além da Sala (espaço físico), o ente municipal deverá contratar um bibliotecário, uma secretária computadores e internet. De forma esclarecedora o Coordenador declarou que “Quem tem que comprar os livros é a Unemat”, mas a Universidade só os comprará quando for disponibilizada sala adequada, de forma a estruturar devidamente a acomodação e o funcionamento do Curso de Zootecnia, que passará pelo recredenciamento a partir do 5º Semestre.
COORDENAÇÃO LOCAL
Anunciado com grande pompa, o curso superior gratuito em Araputanga deveria ser a panaceia que “libertaria”, pelo menos parte dos jovens que sonham alcançar o terceiro grau e não dispõe de recursos financeiros na cidade; mas nem tudo são flores e as dificuldades vão surgindo até a realização final do sonho dos estudantes.
Por telefone conversamos com Souza, apontado pelos estudantes como Coordenador Local do Curso. Ele negou que seja o Coordenador, porém, admitiu que colabora, na medida do possível, para que o curso seja realizado em Araputanga e disse que o Chefe do Executivo está providenciando a sala para acolher os estudantes e que a Coordenação local do Curso está vinculada à Secretaria Municipal de Educação.
A reportagem procurou a Secretária Municipal de Educação para falar da questão do espaço físico que cabe ao município; ela confirmou que a Prefeitura está a providenciar o local adequado para funcionamento do curso, nas oito horas diárias, previstas.